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A GRAVAÇÂO DO DVD È HOJE!!

Jeito Moleque grava, em SP, novo DVD ao vivo em show ecologicamente correto para convidados

MARIANA TRAMONTINA
Da Redação


De um lado, as plantas, a piscina e um ambiente verde e limpo. Do outro, a representação dos agentes poluentes das grandes metrópoles. É nestes dois cenários antagônicos que o grupo Jeito Moleque vai gravar o novo CD e DVD ao vivo da carreira. O show, que segue a cartilha da boa educação ambiental, será filmado na noite desta quinta-feira (27) na casa noturna The Week de São Paulo, em evento fechado apenas para convidados.




O grupo vai gravar 17 canções inéditas, como "Nunca Perca Essa Mania", "Ela Vem do Céu" e "Larga Tudo", já apresentadas ao vivo em outros shows. Também faz parte da apresentação uma versão para uma música do Demônios da Garoa, grupo convidado para participar do registro. No palco, Bruno Diegues (voz), Alemão (percussão), Carlinhos (cavaquinho), Felipe (banjo e violão) e Rafa (pandeiro) recebem ainda o Grupo Revelação, Thiaguinho (Exaltasamba) e Tatiana Portella (Chimarruts) para dividir os microfones.

Visite o site oficial do Jeito Moleque

Ainda sem título, o terceiro DVD da carreira virá acompanhado do quinto CD do grupo, comemorando 11 anos de estrada do Jeito Moleque. "Não definimos o nome, mas temos algumas sugestões, como 'Entre o Sol e o Inferno' ou 'O Dia e a Noite'. São títulos antagônicos e que retratam nosso projeto ambiental, mas ainda estamos tendo apenas ideias", diz Alemão em entrevista ao UOL Música.

O Jeito Moleque prevê que o novo trabalho chegue às lojas no final de novembro ou no começo de dezembro, e a turnê deve começar logo em seguida. "Vamos esperar o povo digerir as músicas inéditas e em janeiro ou fevereiro começamos os novos shows", antecipa Alemão.

Ecologicamente correto, o Jeito Moleque vai aproveitar o evento para lançar mais uma campanha ambiental: "Ando Preservando". A ideia é agregar todas as ações que o grupo desenvolve desde 2006 e contribuir para o debate sobre a melhoria da qualidade do meio ambiente. Para os extras do DVD, os fãs já podem esperar por um mini-documentário sobre o meio ambiente urbano, que será gravado pelo grupo.

Na entrevista, Alemão falou também sobre a conscientização dos projetos ambientais do Jeito
Moleque, o vazamento na internet das composições inéditas e a produção do novo trabalho

UOL Música - No ano passado o Jeito Moleque lançou o DVD "Ao Vivo na Amazônia". Em que este novo trabalho se diferencia do anterior?

Alemão - Temos um projeto ambiental há dois anos, o que justificou nossa gravação na Amazônia, algo que o mercado não está acostumado a ver. A logística era bem complicada, mas retratou bem o que queremos em termos socioambientais. O nosso primeiro DVD foi gravado em dois dias em São Paulo e também foi um projeto megalomaníaco. Agora escolhemos um lugar mais intimista, numa casa noturna, para criar essa diferença. Além disso, esse novo show é todo de músicas inéditas.

UOL Música - O disco de ensaio desse novo trabalho já circula pela internet. Você sabe como as músicas inéditas foram parar na internet?

Alemão - Só Deus sabe! Não sabemos se foi alguém do estúdio ou se foi uma pessoa que gravou para outra. Hoje em dia isso tudo é muito rápido, nós temos que nos adaptar a essas novas mídias.

UOL Música - E essa "divulgação" das faixas atrapalhou na produção do show ou na escolha do repertório?

Alemão - A pirataria sempre atrapalha, principalmente em termos de investimento. Antes o artista ganhava com lançamento de CD e com show, agora é só com show por causa desses acontecimentos. Neste caso em especial, já tínhamos tocado algumas das músicas inéditas em outras apresentações, então já circulavam alguns vídeos ao vivo pela internet. O disco de ensaio vem com os instrumentos essenciais, mas depois colocamos metais, coro e até na interpretação há mudanças. Não é que é outra música, mas há mudanças.

UOL Música - É para evitar a pirataria que o show será fechado para convidados?

Alemão - Na verdade sempre fizemos apresentações com corrida de ingressos e para grandes públicos. Dessa vez quisemos dar outro enfoque para o trabalho. Chamamos nossas famílias, amigos e outros convidados para dar um clima mais intimista.

UOL Música - E esse clima intimista reflete nas novas músicas e nos arranjos do Jeito Moleque?

Alemão - Com certeza, são sensações diferentes. A gente procurou fazer o que sempre fazemos, mas tentamos imprimir nos arranjos algo mais delicado. É um clima mais suave, que não agride tanto quanto um megashow, que requer mais atitude. É mais sutil, mas não vamos fugir da nossa característica de misturar gêneros.

UOL Música - O show será gravado em dois ambientes na casa, em um lounge e no palco. Qual é a proposta?

Alemão - É uma ideia inédita gravar em dois lugares. Mudam os jogos de luz, os equipamentos de som e o cenário. Dentro da casa, onde estará o palco, vamos retratar a urbanização e será decorada com elementos que representam os agentes poluentes das metrópoles. Na área externa, será um show descontraído, com lounge e piscina rodeados por plantas. O ambiente em si vai retratar o contraste: de um lado como deve ser e de outro como vai ficar se não cuidarmos do planeta. O cenário também será construído com materiais recicláveis.

UOL Música - Você pode dar um exemplo de como será esse cenário reciclado?

Alemão - Todo material usado foi feito em madeira certificada, que é a madeira legal. Teremos também monitores ambientais para atuarem na separação do lixo, que será neutro em carbono. É um show ecologicamente correto.

UOL Música - Os encartes que acompanham os discos e DVDs do Jeito Moleque, os ingressos de shows, também são feitos em material reciclado?

Alemão - Tudo é material reciclado, até os materiais de divulgação. Nós sempre tivemos essa necessidade de passar uma informação que vai além da música. Resolvemos abraçar essa questão há algum tempo e já plantamos mais de 4.000 árvores em centros urbanos e áreas de reflorestamento para compensar a emissão de carbono dos nossos shows. Nós investimos em vários projetos.

UOL Música - E como vocês vêem os resultados desse trabalho de conscientização?

Alemão - É complicado mensurar em palavras, mas vemos pessoas se manifestando em nossas comunidades e nos shows. Elas falam coisas como 'hoje tomei banho mais rápido porque vi no CD que é mais importante' ou 'passei a não jogar papel no chão'. É complicado saber se é verdade ou não e se foi mesmo o nosso trabalho que influenciou. Não somos ambientalistas, mas também somos formadores de opinião. Nós temos o apoio da OAK Educação e Meio Ambiente, mas gostaríamos de ver outras empresas apoiando também.


http://musica.uol.com.br/ultnot/2009/08/26/jeito-moleque-grava-em-sp-novo-dvd-ao-vivo-em-show-ecologicamente-correto-para-convidados.jhtm